Dito de outro modo, e sendo óbvio para avançar: nada que pertença ao Mundo 1 é novo para o Mundo 1.
Queres trazer-te o novo? Sai de ti.
Queres trazer algo de novo a esta caixa quadrada de 1 metro por 1 metro? Então procura fora dela. (...)"
Gonçalo M. Tavares]
Vamos supor que existem dois mundos. Eu faço parte do segundo e tu fazes parte do primeiro.
Vamos supor que existem dois caminhos que conectem esses mesmos mundos. Eu construi o subterrâneo e tu o superficial.
Vamos supor que um desses mundos é predominantemente alegre e o outro melancólico (e não interessa especificar qual é qual).
Vamos supor que somos ambos capitães-mores, seres supremos dos respectivos mundos, íntegros, belos e apaixonados! Mas que, no entanto, sentimos medo do outro mundo que nunca pôde ver o raiar dos nossos dias.
Vamos ainda supor que não existe o tempo... Ou que se existe, nós não o conhecemos e que, como tal, os nossos mundos também não o conhecem (que tirania!)...
E supondo tudo isto, criando todo um conjunto de jogos abstractos, seguindo cegos, surdos e mudos por estes caminhos que são nossos e de mais ninguém, deixamo-nos invadir por ilusões: pensamos que o tempo não existe (ou que é, no mínimo, eterno), que podemos exercer controlo total sobre as variáveis dependentes da nossa vida, que a alegria que temos nos basta (ou que a melancolia que temos é justa), que os caminhos são meros arranjos ordenados de alcatrão (por vezes terra) erigidos por quem não sabe mais que procurar outro poiso (sem saber que somos nós a construir esses caminhos... Triste)...
Pensamos que existe um só mundo... Quando, na verdade, existem dois mundos sussurrando uma alienação...
Vamos supor que existem dois caminhos que conectem esses mesmos mundos. Eu construi o subterrâneo e tu o superficial.
Vamos supor que um desses mundos é predominantemente alegre e o outro melancólico (e não interessa especificar qual é qual).
Vamos supor que somos ambos capitães-mores, seres supremos dos respectivos mundos, íntegros, belos e apaixonados! Mas que, no entanto, sentimos medo do outro mundo que nunca pôde ver o raiar dos nossos dias.
Vamos ainda supor que não existe o tempo... Ou que se existe, nós não o conhecemos e que, como tal, os nossos mundos também não o conhecem (que tirania!)...
E supondo tudo isto, criando todo um conjunto de jogos abstractos, seguindo cegos, surdos e mudos por estes caminhos que são nossos e de mais ninguém, deixamo-nos invadir por ilusões: pensamos que o tempo não existe (ou que é, no mínimo, eterno), que podemos exercer controlo total sobre as variáveis dependentes da nossa vida, que a alegria que temos nos basta (ou que a melancolia que temos é justa), que os caminhos são meros arranjos ordenados de alcatrão (por vezes terra) erigidos por quem não sabe mais que procurar outro poiso (sem saber que somos nós a construir esses caminhos... Triste)...
Pensamos que existe um só mundo... Quando, na verdade, existem dois mundos sussurrando uma alienação...
[Alienação - acção ou efeito de alienar; transmissão do direito de propriedade sobre um bem; loucura; estado daquele que não é senhor de si, que é tratado como uma coisa e se torna escravo das instituições humanas, de ordem económica, cultural, social ou ideológica.]