6 de outubro de 2007

Eu e tu não existimos

[Uma longa e inconstante noite de Verão...]


Eu e tu não existimos...
Porque tu não existias e agora não estás aqui...
Só por isso...
Nada mais existe que o justifique...
E se existe, eu espero nunca reparar!
Porque daria à injustiça
Um parceiro com quem casar...

E assim morre solteira a culpa
Sem deixar o seu vale hediondo...
Não há mudança, não a escondo,
Não há zanga,
Não há sangue nem confronto!
Não há fome nem que te encontre!
Seremos sempre destinados um ao outro
Como o Sol à linha do horizonte...


[Relato maldito da existência infrutífera, da soma que se configurou numa mísera subtracção de alegria e felicidade... Relato maldito da operação que nunca chegou a ser efectuada...
Prova insofismável que os Crepúsculos não se encontram minimamente pensados, calculados, descritos ou estudados...
Os Crepúsculos são o início e o fim, sendo apenas verdadeiramente importantes quando o intervalo entre eles se rege pela primeira pessoa do plural...]

3 comentários:

expressões singulares disse...

e aqui está mais um maravilhoso crepúsculo teu :) como sempre intrigante e fascinante!
parabéns! bj**

Maria Natália Pinto disse...

Que poema lindo! Tens um dom fantástico :)

Anónimo disse...

Como é que eu nunca tinha reparado neste... Maravilhoso, nunão! Maravilhoso! =)***