17 de maio de 2007

O homem que mergulhava nos seus sonhos (parte III)

O homem que mergulhava nos seus sonhos fê-lo nessa noite pela derradeira vez.

Os sentimentos que ardilosamente tinha recolhido eram porventura avassaladores para a sua limitada mente. O peso dos erros que polvilhavam a sua existência insípida faziam-no vergar a um nível mesquinho e puramente introspectivo que o levava unicamente para o fundo...

"O fundo do mar", diriam os seus velhos do Restelo, habituados aos seus jogos simplistas e derrotistas; "O fundo do poço", diria o id do homem que mergulhava nos seus sonhos, habituado a ver em tudo nada mais do que o fim de tantas épocas tristonhas (ou o inicio de tantas frases inspiradoras...); "O fundo das questões", diria o mais atento de todos estes indivíduos ou instâncias...

A atenção não é mais do que uma qualidade fútil e perigosa que se apodera dos nossos sentidos, tendo não só o poder de os manter extraordinariamente funcionais mas também a arte de os interpretar erradamente, catapultando-os para a esfera do desapropriado e do injusto...

E, porventura, tais interpretações, terão trazido ao nosso amigo a inercia que o reduziria a um grão de areia mas também a indignação que poderia potenciar o seu salvamento...

2 comentários:

Anónimo disse...

esqueci-me de te dizer tenho um poema melhor e dedicado a alguém especial que gostaria de mandar para a tua colectânea. dps avs se tvrs interessado.

Atlas disse...

Ola "Elsinha"...

Fico muito contente com as tuas visitas ao meu blog e com os respectivos comentarios...

O outro poema que aqui deixaste era muito bonito e é claro que ficarei à espera de um novo...

Peço desculpa por só responder assim mas foi a melhor forma que descobri para entrar em contacto contigo...

Saudações!