Era uma vez um homem que mergulhava nos seus sonhos.
Pairava de tal forma arrogante pelas surpresas que a vida lhe destinava que, sem reparar em tais acasos, mantinha o seu passo lento e irritante, a sua cabeça baixa e e eminentemente alegre. Os passeios e as ruas repetiam-se em grupos dispersos pelo tempo. As vozes que ouvia eram apenas conjuntos de silabas simpáticas que iam e vinham sem pedirem autorização aos respectivos interlocutores. Os diálogos eram longos e proveitosos, mais do que a soma dessas simples silabas que mais não eram que miseras gotas de agua que, a pouco e pouco, inundavam o mar dos seus sonhos...
O ocaso era o ponto de viragem deste ser simplório e irremediavelmente insatisfeito com a sua existência: o que para muitos era frio, para ele era calor; o que para muitos era medo, para ele era segurança; o que para muitos outros era prisão, para ele eram asas...
O homem que mergulhava nos seus sonhos tinha em si, mesmo que inconscientemente, o poder de torna-los um quotidiano improvisado... Algo que ele não conseguia controlar e que se assemelhava a um voo livre naquelas mesmas silabas que o prendiam a movimentos calculados e que não correspondiam a verdadeira amplitude dos seus sentimentos...
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1 comentário:
Espero que não te importes, imprimi.
beijo
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