20 de janeiro de 2007

// pontos pequenos //

Ines Gonçalves,

O teu comentário foi bastante equilibrado... Gostaria de me demorar um pouco mais neste texto mas penso que o anterior já foca algumas das tuas questões (chamemos-lhe assim...). No entanto, não poderia deixar de reflectir sobre um ou dois pontos...

O primeiro prende-se com as salas de chuto (e, possivelmente, com muitos dos exemplos que se possa trazer à baila...). Na minha oínião, é um pouco linear reparar que o balanço gasto/ganho é bem diferente... Não te esqueças que nas salas de chuto previne-se a tal questão da saúde pública sem prejuízo nenhum para terceiros... Quando falamos do aborto, estamos a referir-nos ao mesmo "ganho" mas em que aquilo que "gastamos" é uma vida, quer queirámos quer não... Perde-se uma vida, um ser...

E, evoluindo pela lógica da sabedoria popular, "mais vale prevenir do que remediar", e poderás chegar rapidamente à conclusão que o aborto, na esmagadora maioria das situações, é perfeitamente evitável pelo uso de métodos contraceptivos (quando um não é eficaz, vários podem ser usados simultaneamente...) e através dum planeamento familiar efectivo...

Despenalizando, criam-se as condições para que algo seja normalmente repudiado e simultaneamente intocável...

Fico contente por ter despertado a tua atenção e pela consideração que transmitiste à minha iniciativa... Conto com a tua presença ao longo das minhas entre-linhas, podendo, de vez em quando, eu próprio ter o prazer de ler as tuas próprias reticências...

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