13 de janeiro de 2007

// contra //


1 // liberdade // direito a vida // caberá a algum ser humano a decisão de poder optar entre a vida e a morte de outro ser humano?

2 // potencial // existem pessoas condenadas previamente a uma vida miserável e infeliz? Meios conflituosos e famílias com poucas condições são à partida entraves à felicidade, sabedoria e papel que o bebé poderá um dia vir a desempenhar no mundo?

3 // economia // num país estrangulado financeiramente, onde os impostos sobem diariamente, as urgências de hospitais e as maternidades encerram por motivos económicos (entre outros)... há dinheiro para financiar abortos?!

4 // demografia // num país em que a taxa de natalidade não permite o rejuvenescimento da população, faz sentido legalizar o aborto – utilizado como política anti-natalista em países como a China?!

5 // ciência // será que à 4ª semana de gravidez (período em que a mãe muitas vezes ainda nem sabe que está grávida) não encontrámos um embrião com um elevado grau de desenvolvimento, munido já de algumas estruturas primárias?

6 // lei // a lei vigente em Portugal sobre a matéria data de 1984 e aceita o aborto em determinadas condições (malformação do feto, risco de saúde para a mãe, violação).

7 // história // o julgamento de Nuremberga condenou as iniciativas nazis de realizarem abortos em campos de concentração, apelidando essas situações de crimes contra a Humanidade. O que mudou desde então?

8 // crime // desde quando legalizar um crime é uma solução para o mesmo? Deveremos legalizar também os homicídios, os roubos, as fraudes? O aborto deixa de ser um grave problema social só porque foi legalizado?

9 // mentalidade // com os dados mais recentes de utilização da chamada “pílula do dia seguinte”, até que ponto não poderemos pensar que com a mentalidade vigente no nosso país o aborto não se tornará a médio, longo prazo um simples método contraceptivo com prejuízos graves á saúde da mãe?!



[apenas alguns pontos em fase de estudo... outros se seguirão...]

3 comentários:

Anónimo disse...

Orgulhosamente contra!


Pois, resumindo, o aborto vai mesmo se tornar em mais um método contraceptivo.

E digo que VAI, porque obviamente que o SIM vai ter a maioria dos votos mas, felizmente, eu irei contribuir para uma parte da percentagem do NAO.


Que esses teus 'pontos' de partida sejam mais do que suficientes para deixar as pessoas a 'pensar'.



Eu nao me considero DEUS, e de tal forma, nao tenho o direito de tirar a vida.


'a minha liberdade acaba quando começa a do outro'






[ é interessante que ao saber que está grávida, muitas vezes a mae diz, 'vou ter um filho' , mas se alguma coisa corre mal ( a mae nao tem o apoio da familia,etc) esse filho ja é chamado de 'feto':) ]


um bejio nunao :D*

Laura Brown disse...

Não quero discutir o assunto porque se me entusiasmo não me calo, mas há algo que tenho de dizer porque é essencial. O mais importante aqui não é saber se concordam com a decisão de fazer um aborto ou não, mas sim como deve o país reagir perante uma mulher que decida fazê-lo. É uma questão de saúde pública. Será que a mulher tem de se sujeitar a um aborto clandestino (e, digam o que disserem, não é fácil fazer um aborto, quer a nível físico como psicológico) e sujeitar-se a humilhação pública ao ser julgada como uma criminosa ou será preferivel existir clínicas onde possa realizar um aborto em segurança e com informação, evitando-se perigos de vida e de saúde para a mulher e futuras complicações? Pensa nisto como uma questão de saúde pública e não como uma discussão de moral e ética. (Se quiseres, vê isto como as salas de chuto. Não concordas c o uso de drogas, mas evitas contágios, aproximas médicos dos que necessitam, dás informação... Saúde Pública. Como futuro médico, tens de saber olhar por este prisma.)

Anónimo disse...

Espero ainda vir a tempo de dar a minha rápida opinião.
Vou ser rápido e directo: fiqui estupefacto com a forma como pensas e tratas este assunto. Não deixa de ser válida, mas acho que é uma visão minuciosamente analítica do ponto de vista sócio-cultural e até científico. São todos pontos bastantes pertinentes e explicativos, mas alguns deles de comparação inadequada para o assunto vigente.

"num país em que a taxa de natalidade não permite o rejuvenescimento da população, faz sentido legalizar o aborto – utilizado como política anti-natalista em países como a China?!"
Ora bem, para fazeres uma comparação destas é porque não estás a conseguir ver a génese do problema. A questão não é garantir ou deixar de garantir o rejuvenescimento da população.

"o julgamento de Nuremberga condenou as iniciativas nazis de realizarem abortos em campos de concentração, apelidando essas situações de crimes contra a Humanidade. O que mudou desde então?"
Ao alegares isto, nem pareces portador da inteligência que possuis. São comparáveis as experiências nazis, e os conceitos por trás delas, com a situação que se vive hoje em dia??!! Estás a comparar abortos com fins experimentais e portadores de grande brutalidade com os que se fala no contexto actual do nosso país???

"num país estrangulado financeiramente, onde os impostos sobem diariamente, as urgências de hospitais e as maternidades encerram por motivos económicos (entre outros)... há dinheiro para financiar abortos?!"
Preferes mulheres a serem operadas em locais de higiene precária (arriscando assim a sua própria saúde) para poupar uns tostões??? Mas que aprendiz de médico és tu?

Acho, na minha opinião que não estás a ver o panorama da questão na sua essência. e quando a star diz "Eu nao me considero DEUS, e de tal forma, nao tenho o direito de tirar a vida" eu fico a pensar se é este tipo de conservadorismo simplista e eclético que nos vai levar a algum lado, porque este é o tipo de argumento que não argumenta. O recurso a Deus saiu de moda no século passado.
O que é necessário Nuno, e aqui vais concordar comigo, é que é necessário existir uma consciencialização. Deve-se separar dois tópicos principais: por um lado a despenalização, por outro, a liberalização. Uma coisa difere da outra. Despenalização sim; para a liberalização tem de existir uma consciencializalção. Tu aqui estás a votar para a primeira.
Deixa o pensamento quadrado para os teólogos.