21 de agosto de 2007

Como um crepúsculo reticente

[Para ti, desconhecida...]


Foi num ápice que entraste na sala
E arrebataste meu olhar perdido,
Com prontidão, ímpar frieza!
Com sofreguidão
Segui os passos da tua beleza...

Tocaste-me com desprezo,
Por não saberes quem poderíamos ser...
E mantiveste-te livre, presente...
Caminhando suave,
Linda como um crepúsculo reticente...

Fogo, ferro, frágua!
Doce alimento para a alma,
Líquido precioso que não água:
Porque foges?!
Irónico...
Vens e enlouqueces-me...
Sorris deixando meu eloquente ser lacónico,
Parco em forças e pecados,
Despido de espírito maçónico,
Sem projectos vindouros ou amores passados...

Meu sangue fervilha...
E tu bem o sabes...
A maneira como foges e sorris envergonhada,
Como falas e perdes a frieza demonstrada:
É amor!
Sinto o que tu sentes!
E sei que se negares, então mentes!

Por isso, agarro-te...
Permito que sintas a tensão deste momento;
Só não sei porque caio contigo..
Porque somos projectados ao chão,
E tu deixas que te transformem em ar...
Ou num fluído...
Ruido esse jamais esquecido...


[O que não conhecemos e que nos conhece a nós...
A procura do sonho...]

4 comentários:

Anónimo disse...

Hmmm... caríssimo atlas reticente... este poema está simplesmente lindo... :)

A procura do sonho!!!... Um dia 'encontrarás o sonho na realidade'!... :)

Bjinho mto grande e deliciado com o poema aqui da sara damaia*

Anónimo disse...

Nuno, estou encantada... Quando comecei a ler parecia que sabia o que ia ler a seguir.
Desenhei as tuas palavras na minha cabeça e agora apetece-me ir desenhar (sim porque eu tenho a mania que sei desenhar).

Comentei porque achei este crepúsculo especial e intenso =)

Gosto muito desta nossa amizade
beijissimo

Anónimo disse...

Simplesmente lindo... Adoro o que escreves...

**

Anónimo disse...

um crepúsculo simplesmente brihante*