15 de outubro de 2006

Vivo

Vou mostrar ao mundo o movimento de translação
360˚ num dia, venha o Verão...
Volta completa, sem uma chegada prevista
A minha seta, confirma o meu golpe de vista
Não aprofundo a frase que te faz sorrir
Um segundo é tempo para ficar ou fugir
Achas que os maus momentos são inultrapassáveis?
Achas que os ventos que nos assolam vão ser sempre estáveis?
Não desejo nada para um futuro ainda tão vazio
Estou com medo que este calor se transforme em frio...
Não vou lutar (para já) porque tudo ainda á tão incerto
Só sei que não fico em mim quando não estás por perto
Acerto na questão que ainda não foi colocada
Contigo o meu coração tem lotação esgotada!
Em todas as épocas, sem bilhete, sem preço
Aqueles que me fazem bem são aqueles que não esqueço
Mas não há divida quando não há nada a receber
O troco do carinho é a amizade e o prazer...
Sem compromisso, este é o vício que nos corrompe
Incautamente, o teu toque nunca me interrompe
Beijos, abraços, lágrimas, acenos e outras saudações...
Pontos, reticências, vírgulas e exclamações...
Interrogo-me apenas se é suficiente
Tão inseguro, não posso ser clarividente
É ponto assente o contínuo longo suspirar
O verbo rima no silêncio do teu belo olhar...

Interrompo o raio para ver se ainda estou vivo...
Prossigo? Só se me disseres quando me esquivo...
De tanto azar que carrego sem uma nobre causa
Não tenciono parar, fazer uma pausa.
Achas que pare? Achas que ande? Achas que diga?
Achas que o verbo é a razão para uma boa briga
Sustenta hoje o bater do meu coração
Não é um pedido. Tu já fazes sem teres noção
A minha ilha deserta providencia o meu retiro
Não são as tuas susceptibilidades que eu hoje firo
Ataco a velha guarda por esquecer o respeito
Salvaguardo a felicidade a que tenho direito
Só eu não aplico os meus próprios conselhos
Só eu me esqueço que há pessoas não têm espelhos!
E que falta faz: ver o mundo por outra perspectiva
Pensar que tudo se resume a uma função injectiva
Resumir o infinito num punhado de algarismos
Sentir o mundo firme durante os últimos sismos...
Tudo turvo, sem cor definida, sem um rumo
Até o anjo querer que não houvesse resumo
Contigo vi que é difícil reagir de maneira correcta
Quando o coração é que pensa e a razão não afecta
O poder da vida mora na força com que nós amamos
O sentido da vida mora na mão que nós seguramos
Não importava resolver cada problema que vinha
Tudo é belo se olhares para o lado e não estiveres sozinha

É simultâneo o pensamento que leva à acção
Recebe hoje o novo hino do meu coração
Porque tenho necessidade de escrever o que sinto
Mergulhar as minhas mágoas num copo de absinto
Descobrindo novas qualidades e novos horizontes
Desfrutando de novas paisagens e novas fontes
Olho para ti quando só eu te consigo ver
Não esqueci as lágrimas que ouvi escorrer
E luto todos os dias para te ver sorrir
Tento dar força para encarares o que vem a seguir
Não é fácil ver quem gostamos a sofrer
Mentalizada que na vida já não há prazer
Não é com lágrimas que se contraria a seca
Nunca te esqueças que não é o coração que peca
Quero que saibas que para mim és especial
És a pessoa que torna este verso imortal
Sabes que a realidade dos factos nem sempre é feia
Tens razão: não se deve recear o que se anseia
Saúde, amor e paz, enfim, a felicidade
Ter alguém ao nosso lado para toda a eternidade
Com calma, nunca devemos baixar os braços
Um dia o destino irá atar os nossos próprios laços
Coincidentes ou não, teremos que esperar para ver
Ser«á que os nossos momentos podemos esquecer?
Receios, medos, dúvidas, incertezas:
Por que razão não criamos virtudes das fraquezas?
Fustigar o que é aparente, fútil e mesquinho
O que me aquece hoje é o nosso carinho
Tarde de verão, noite de Inverno...
Sem ti a hipotermia assola o meu meio interno
Sinto a batida do verbo na minha própria mão
Não há espaço, na verdade, nem sei que horas são
Tudo pára; mas algo gira no meu pensamento
Fazer-te sentir especial é aquilo que tento!
Fecho os olhos, durmo, acordo a pensar em ti...
As minhas derrotas não se comparam àquilo que venci...

(agora que surge este tão aguardado crepúsculo, decido comçar com um poemaque marca todo o meu ser... foi escrito num momento em que sonhava com um novo amanhecer e, aos poucos, verificava que ele se ía aninhando nos meus pés... e no meu coração... ainda vivo, meu anjo!)

3 comentários:

Laura Brown disse...

Benvindo à blogosfera! Fico muito contente por teres finalmente cedido, vais ver que vais amar tanto este espaço como eu por vezes amo o meu... Cuida bem dele.

Anónimo disse...

assustadoramente perfeito

Anónimo disse...

Oi lindo...ora cá estou eu para comentar o teu blog...
Em primeiro lugar queria dizer que este poema é lindo, magnífico, sublime, magistral, perfeito,...nem encontro adjectivos suficientemente capazes de o descrever. Ao ler este poema fiquei a conhecer um bocadinho mais de ti...ele faz transparecer os teus sentimentos mais lindos...e deixa adivinhar a pessoa fantástica que és.
Eu conheço-te à pouco tempo, mas parece que te conheço à muito...sinto-m bem contigo porque, além de me divertir muito, não porque sejas um palhaço como tu dizes, mas porque és naturalmente divertido, sei que posso contar contigo.
És uma pessoa especial.

Bjinhos gandes pa ti***