7 de junho de 2008

Essa sombra

Quero ser a sombra..
O pedaço de tecto que não recebe esta luz
E que se movimenta
Harmoniosa e paulatinamente,
Breve mas repentinamente
Num bailar culto, interrupto, pungente...

Se eu fosse essa sombra,
Seria cor melancólica mas firme,
Seria pétala murcha mas existente,
Seria fruto da luz lactente,
Abaixo brilhante; acima reluzente...
Sem fala: não mente!
Sem roupa: não mente!
Sem vício: não... mente!
Não mente nem sente
Nem reconhece essa mentira vigente!
Não vive...
Mas paira no tecto...

2 comentários:

Persefone disse...

Ao completo silêncio que se ouve em toda a blogosfera

São centenas expectantes que fixam o horizonte com olhares cegos e nus. Perfilam-se uniformemente e não passam de sombras alinhadas, mas ouvem com os sentidos alerta, pois nem os seus corações congelados num batimento amedrontado ousam quebrar a quietude. Não respiram porque não vivem, são seres postos em stand-by pela expectativa, mas também não o faria se pudessem porque teria medo que o balouçar dos seus diafragmas fosse excessivamente distractivo.
Cheiram, farejam procurando um indício, uma pista, qualquer coisa que lhes minta, que lhes dê esperança.
Porque não querem crer no que os seus sentidos lhes dizem, não querem ver que não há nada para ver ali, naquele lugar outrora fértil.
Foram-se os semeadores ficou o restolho. Foi-se a brisa ficou o vento. Foi-se a criatividade ficaram as fontes secas e os regos estéreis, rugas disformes aos olhos dos Céus.
Para quando a monção vivificante por que ansiamos nós, multidão expectante? Para quando a força vivificante do trabalho para nos vir arrancar a este marasmo? Para quando novo post?
Enfim, nada como não ter o próprio blog para postar, não é?

Anónimo disse...

Continuo a passar por aqui... ^^

Gosto mto de ti... *